Decifrando Gêneros e Tipos Narrativos
Uma das grandes dúvidas dos escritores novos – e até mesmo dos mais experientes – é a real diferença entre gêneros e tipos textuais, literários e narrativos. A confusão principal existe graças ao Romance, que se encaixa em duas qualificações – e possui significados diferentes. Desmembrando cada um dos pontos, pode-se entender a diferença entre os três: o gênero textual especifica a estrutura do texto; o gênero literário indica o tema, e, por fim, o gênero narrativo, especifica o tipo de texto em si.
Ficou confuso, né? Não se culpe, é simples, mas é complicado. Desmembramos abaixo cada um deles:
Gêneros/Tipos Textuais: Como o texto é apresentado para o leitor, cada um com sua finalidade: Narrativo (ficções ou não-ficções), Descritivo (bulas, informações nutricionais), Informativo (artigos e matérias jornalísticas), Argumentativo (teses e TCC).
Gêneros Literários: Esta é a classificação mais comum que temos quando falamos de gênero: Romance, Terror, Comédia, Chick-Lit, Policial, Sick-Lit, Suspense, Fantasia, Erótico e Drama são apenas alguns dos inúmeros gêneros literários.
Gêneros Narrativos: Dentro do gênero textual narrativo, encontramos o gênero que especifica a estrutura do texto. Ele pode ser: Romance, Novela, Conto, Crônica, Fábula, entre outros.
Para entender a diferença entre os tipos de romance, abaixo descrevemos os quatro gêneros narrativos mais comuns: Crônica, Conto, Novela e Romance. Muito embora achemos que a diferença entre conto, novela e romance é o tamanho, é muito mais sutil e interessante:
A Crônica é um texto focado em uma ação ou evento cotidiano, geralmente publicado em jornais e revistas. No entanto, o que se assemelha com o jornalista é apenas seu tema e o local de publicação: a crônica apresenta a visão ficcional e alternativa do escritor sobre um assunto banal do dia a dia, como ir ao trabalho, pegar o metrô ou fazer compras no mercado, podendo ser reflexiva ou apenas uma comédia.
Já o Conto, apesar da semelhança de tamanho com a crônica em sua maioria, se passa em poucos ambientes, ou em alguns casos, um único local, além de poucos personagens e uma única “célula dramática”, ou conflito. O que importa no conto é o momento, então pouco importa o passado ou o futuro do personagem, se a ação central do conflito não necessita deles para se concretizar. Dentro do conto, são inseridos outros gêneros como Parábolas, Fábulas e Apólogos.
Seguindo de perto, o gênero Novela traz mais células dramáticas do que o conto, mas mantém-se com foco em poucos personagens e intrigas menos complexas. A novela traz seus conflitos geralmente em um cronograma linear, um após o outro, em sua maioria como consequência.
O intrigante é que uma novela televisiva não seria um livro do gênero novela, e sim Romance, com vários núcleos e conflitos. Lembrando que, como gênero narrativo, nada tem a ver com amor, paixão e felizes para sempre, mas sim com sua composição: vários núcleos de personagens, diversos conflitos que podem se cruzar ou não, muitas vezes simultâneos. Podem existir Romances de todos os gêneros, contanto que atendam à alta complexidade da escrita, narração mais lenta dos fatos e uma construção mais densa dos personagens, física e psicologicamente.
E aí, ajudou? Ficou alguma dúvida? Não esquece de comentar o que você achou ou gostaria de saber!
Beijos,
Ná
